O impacto do coronavírus no mercado virtual

O mercado financeiro vem sofrendo várias alterações inesperadas depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a proliferação do novo coronavírus (covid-19) foi elevada para pandemia. Além do impacto negativo no cenário de saúde mundial, as atividades no mundo dos negócios já começaram a se adaptar à nova realidade.

Fabricantes como LG, Samsung e Motorola já tiveram parte da produção suspensa pela falta de suprimentos e componentes eletrônicos que são importados da China, e segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 50% das empresas associadas também já sofrem com o recebimento de materiais do mesmo país.

Comportamento dos consumidores

Em um levantamento online realizado pela NZN Intelligence, com mais de 1,7 mil entrevistados, mostrou que 49% dos brasileiros consideram reavaliar seus gastos. Sendo que 71% afirmam que pretendem aumentar o volume de compras online.

Os dados apontam que, entre os serviços que deixam de ser priorizados pela população e envolvem interação com um grande número de pessoas, está o transporte público (53%) em quarta opção, atrás de grandes eventos (82%), shoppings e cinemas (69%) e viagens (68%). Esses dados corroboram com uma das principais recomendações do Ministério da Saúde: evitar aglomerações com mais de 500 pessoas.

Segundo dados da pesquisa feita pela Coresight Research nos Estados Unidos, 47% dos consumidores consultados no fim de fevereiro disseram que estão evitando fazer compras em shopping. 32% estão evitando o comércio de rua, e caso o surto se agrave 74% disseram que se afastariam completamente dos shoppings. 52% afirmaram que deixariam de fazer compras em lojas de rua.

De acordo com essa mesma pesquisa, as pessoas estão se voltando para o e-commerce como a principal forma para obter suprimentos básicos. As pessoas evitarem as lojas físicas nesse período não quer dizer que o consumo diminuiu. Na verdade, é o contrário disso: em alguns casos ele pode até aumentar, com muitos consumidores procurando estocar suprimentos essenciais. Nos Estados Unidos essa demanda aumentou tanto que a Amazon e o Walmart alertaram sobre as possibilidades de atrasos e indisponibilidade das entregas que são feitas no mesmo dia ou no dia seguinte à compra, segundo a CNBC.

A visão dos varejistas

Uma pesquisa feita pelo Digital Commerce 360 encontrou muita confusão, incerteza e uma perspectiva dividida entre os varejistas. 38% espera que as vendas do comércio eletrônico subam um pouco ou significativamente por causa do coronavírus. No entanto, a maioria dos 304 varejistas entrevistados, antecipa que suas vendas de e-commerce serão estáveis ou diminuirão.

A pesquisa, entretanto, expressa preocupações de varejistas sobre a cadeia de suprimentos e a demanda do consumidor. Quando perguntados sobre o que estão fazendo para responder ao coronavírus, 20% disseram que estão “tomando uma ação agressiva”. Outros 44% disseram que estão “tomando alguma ação” com o que há por vir, e os 36% restantes estão “aguardando” para uma melhor abordagem.

Apesar desta percepção pessimista, vale lembrar que em outros momentos de crise o mercado online sempre se mostrou positivo. Mesmo com um resultado negativo no fechamento de alguns meses,  as lojas virtuais apenas desaceleraram o crescimento durante estes períodos.

Perspectivas no mercado virtual

Em pouco tempo, é provável que o Comércio Brasileiro sinta o impacto do coronavírus na sua cadeia de suprimentos. Tendo assim, seu crescimento desacelerado por conta disso. Com o foco no controle da doença, algumas áreas do país vão ter menos destaque. Dentro desse grupo estão as indústrias e os centros de distribuição.

Embora as compras no e-commerce possam se beneficiar no curto prazo, os problemas da cadeia de suprimentos e a demanda incerta do consumidor podem atenuar as perspectivas do comércio eletrônico. Por exemplo, as lojas virtuais que tem alta dependência matéria-prima e produtos da China , epicentro do coronavírus. Essas podem ter grandes problemas quanto a chegada de novos produtos.

Mesmo com variações do dólar, falta de suprimentos exclusivamente produzidos na China e a diminuição da importação, existe a oportunidade sobre a produção nacional para atender algumas demandas específicas.

Embora tenhamos que esperar e ver o tamanho do colapso que o coronavírus causará à economia, este não é um momento de hesitação ou uma abordagem de “esperar para ver”. Os varejistas precisarão utilizar (e alavancar) todos os seus ativos para estimular e sustentar a demanda dos consumidores. Pelo menos nos próximos dois meses e se planejar para os meses que virão.

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